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31 de out. de 2014

A TEIA DO MUNDO E O BRASIL

Passado o período eleitoral, mais tenso, ouso escrever sobre Astrologia Mundial, pois já não pareceria campanha a favor de, ou contra, este ou outro candidato. Digo: ouso, por não ser versado nesta modalidade astrológica (que descreve e analisa eventos em nível coletivo, seja em país, seja no mundo) e apenas querer partilhar um pouco do muito que vim aprendendo com astrólogos experientes nesta especialidade, como Robson Papaleo e Rui Sá Silva Barros, embora aplicado a uma visão de mundo e a uma compreensão política que me são peculiares.










Em alguns de meus escritos venho utilizando a expressão “teia do mundo”, por meu entendimento de que uma ordem implícita codetermina os eventos na ordem explícita que vivenciamos e percebemos, utilizando aqui conceitos e expressões do físico David Bohm, no âmbito da mecânica quântica.

Ordem implícita que, por sua vez, a nós se revela, mesmo antes de se explicitar, na medida em que consigamos identificar e interpretar arquétipos associáveis a cada  momentum desta teia, o que é a base operativa da compreensão astrológica do mundo e de seus fenômenos inanimados ou animados, objetivos ou subjetivos, individuais, grupais ou coletivos.

Como sabem os que acompanham Astrologia Mundial, em nível planetário e desde 2010 a alma coletiva vinha se caracterizando por tensos momentos de desafio às ordens estabelecidas, com eventos prenunciadores do que, mais à frente, poderia resultar em novas dinâmicas estruturais.

A T-Quadrada e a posterior Grande Cruz Cósmica (tensas e simultâneas Quadraturas e Oposições entre Júpiter, Saturno, Urano e Plutão, todos sendo símbolos da esfera do grupo ou dos coletivos) indicavam que, por um longo período (2010-2017), a humanidade, em cada local com cores e dores específicas, viria a atravessar fases de acentuada disrupção, sob o tipo de dinâmica própria de uma crise evolutiva: de modo dialético, há que se negar a ordem vigente em prol de outra, quase seja esta qual for, para depois, negando a negação, retomar a anterior em outro nível de ordenamento.

Tal qual se conhece, Aspectos tensos Saturno-Urano simbolicamente se associam a dinamismos de destruição criativa enquanto o aspecto estiver vigente, com desestruturação (Urano) para reestruturação (Saturno), dando-se o mesmo, embora de outro jeito, com aspectos Urano-Júpiter, e sendo exponenciado ao máximo possível durante aspectos Saturno-Plutão, aí, sim, em regeneração de fato.

Não à toa, nesta etapa o Norte da África foi tomado pelas “Primaveras árabes”, os Estados Unidos foram impactados por “Occupy Wall Street”, a Espanha conheceu “Los Indignados”, a Inglaterra se incendiou sob as manifestações de Tottenham e, entre demais lugares, no Brasil milhões foram às ruas em junho de 2013, por vezes até sem saber bem por que. O espírito do tempo, ou zeitgeist, era esse: confrontar para mudar.

Por natureza, provocando e sofrendo excessos de fundo emocional-afetivo (aqui, também no coletivo), pois se o pensamento muda com fácil agilidade, a base estruturante de sentimentos e hábitos existenciais (e isto vale para todos) só se altera “no tranco”. Como não há ruptura sem intensidade de oposição ao que exista, o traço marcial da agressividade (e plutônico, se em nível coletivo) esteve sempre presente, aqui com menor destruição, ali mais ameaçador, sob o risco de se jogar o bebê fora com a água do banho, ao invés de apenas esvaziar a bacia para água nova.

Soberanas no significado exposto, eram indicadas alterações de natureza essencial (Plutão) em estruturas (Capricórnio) como tom e teor do vastíssimo período todo: Plutão só entra em Aquário em finais de 2024. Se a realidade parece se organizar e ser cocausada por campos dentro de campos, como a Hipótese dos Campos Mórficos, entre outras, tenta explicar, o que ocorria no Brasil tinha dinâmica própria, dentro do dinamismo mais amplo da alma coletiva planetária.

Aqui, nos finais de 2011 Saturno entrava em Escorpião, Signo que recebe o Meio do Céu do Brasil, ponto que representa a estrutura central de governo. Eu não conseguia esquecer que, na Carta natal do Brasil, Marte está no início do Signo de Escorpião, em oposição a Saturno natal em III, simbolizando quanta agressividade contida (Saturno Oposto a Marte) e ressentida (Marte em Escorpião) reside latente no inconsciente do povo.

O País enfrentaria, assim, do início de 2012 até novembro de 2014, com ligeira “recaída” a ocorrer entre junho e agosto de 2015, a emersão da surda violência potencial que vigora na mente profunda brasileira, durante o tempo em que Saturno estivesse em Escorpião (com um apogeu na virada de 2012 para 2013, quando Saturno ativasse em cheio o eixo Saturno-Marte).

Tanto, que as manifestações populares de junho de 2013 tiveram o seu acentuado sentido reivindicatório quase comprometido por agressividade impositiva (Black blocs e vândalos de ocasião), repelindo parte da opinião pública e desaproveitando o que poderia ter sido só pressão legítima por modificações profundas na estrutura de poder central, isto é, no Governo.

Quando tudo parecia querer ir à deriva entre nós, um benfazejo trígono Júpiter-Netuno-Saturno, em Câncer-Peixes-Escorpião, mostrou que a alma brasileira se apaziguava um pouco e vimos ocorrer, entre nós, a 28ª Jornada Mundial da Juventude. Até para os não católicos foi momento de sentimentos doces, quer pelo assunto, já que o Espírito Santo é amor, quer pelo contraste com o que vinha sendo experimentado coletivamente.

Todo mundo, seja alma pessoal ou alma grupal, precisa de um tempo de respiro. Se nas vezes em que Saturno transitou sobre o Meio do Céu do Brasil, ao menos as mais recentes,  e indicou ter sido pouco antes ativado o eixo Saturno/Marte da agressividade impositiva nacional latente, ocorreram severas alterações no governo central, agora não deveria ser de outra forma.

Em 1954/1955, circunstância análoga da teia do mundo redundou no suicídio de Getúlio Vargas. Em 1984/1985, na eleição e morte de Tancredo Neves. Em 2014, o que ocorreria? Este era o meu temor, na onda de violência crescente que empolgava o Brasil inteiro, ainda mais, como também em 1954, sob atuação pressionadora da grande imprensa, importante formadora de opinião no público e geradora de fortes sentimentos no seio do coletivo, como sabemos.

Imprensa que, empenhada em opor-se à candidata do Governo, fazia por incrementar o que já era dominante: insatisfação resmunguenta coletiva, como Saturno faz pressupor, e em Escorpião, mostrando a face ressentida. Também gerando condições para que a inércia dominasse, própria do que Saturno mais bem simboliza, e travando iniciativas em geral, inclusive as necessárias na economia, que redundariam em menos mal-estar.

Ao meio do caminho, um novo respiro, exato quando Saturno fazia Conjunção pela segunda vez sucessiva com o Meio do Céu brasileiro: a Copa do Mundo, em junho/julho de 2014. Aquilo que se prenunciava como um desastre total, segundo a imagem coletiva gerada e repercutida diuturnamente, tomou o País em clima de festa e, a despeito de entre as linhas dos campos ter sido ruim para o Brasil, no que respeita a todo o resto foi só alegria, orgulho e satisfação.

Nunca mais se falou disto, pois outro assunto era dominante: as eleições presidenciais de outubro, sempre sob os significados apontados por Saturno conjunto ao Meio do Céu e em Quadratura com o Ascendente do Brasil, de novembro 2013 a outubro de 2014, sendo que, no intervalo de abril-outubro de 2014 o mesmo Saturno faria Quadratura com a Vênus brasileira e, assim, adicionalmente sugeria o incremento da perda geral de prazer e alegria na existência coletiva.

Todo dia eu rogava que chegássemos relativamente incólumes a novembro de 2014 – exceto Eduardo Campos, coitado, sob Saturno em conjunção exata com o Meio do Céu em agosto. Pois viria a ter início, então, em novembro, um benfazejo Sextil entre Saturno e Plutão, prolongado até outubro de 2015, sendo que de dezembro 2014 a janeiro 2015 começaria um magnífico Trígono de Plutão com o Sol natal do País, ao mesmo tempo em que um Sextil de Plutão com o Meio do Céu brasileiro, sugerindo que até dezembro de 2017, fosse qual fosse o candidato vencedor de agora na disputa pela Presidência, o Brasil finalizaria esta fase da teia do mundo, a do ressurgimento das cinzas de si mesmo, com intensa e irreversível alteração de estrutura, seja na esfera do Governo central (Meio do Céu), seja na identidade nacional (Sol), chamado a se reinventar – e para melhor, muito melhor.

Não poucos apontam que, passado o momento de ruptura no transcorrer da crise evolutiva, com todos os riscos que uma etapa como esta embute, a dinâmica de crescimento poderá ser marcante e sustentada em outras bases, indicada pelos símbolos que expõem arquetipicamente a teia do mundo. Lenta e segura (por Saturno, que até outubro de 2015 fará, por sua vez, Sextil com Plutão), ao mesmo tempo em que transformadora em um nível poucas vezes vivenciado no Brasil (por Plutão com Sol e com o Meio do Céu).

Há detalhes e nuances, conforme cada momentum atravessado da teia do mundo? Decerto, e sobre isso os especialistas em Astrologia Mundial saberão mais do que eu. Mas, vamos e venhamos: até que merecemos, após tantas dores e temores grupais, não?

Luiz Carlos

26 de out. de 2014

SIMPÓSIO INTERNACIONAL VISA APROXIMAR ASTROLOGIA, ASTRÓLOGOS E PESSOAS EM GERAL

Em março de 2015 ocorrerá em Portugal o 1º Simpósio Luso-brasileiro de Astrologia, a cargo da Aspas – Associação Portuguesa de Astrologia.
Para conhecer esta entidade, antecipar algo do evento e conversar sobre Astrologia, de um ponto de vista europeu e português, Astrologia Arquetípica entrevistou Isabel Guimarães, astróloga fundadora e Presidente da Aspas.


     AA: Pode nos contar um pouco de como foi a implantação da Aspas, do ponto de vista da participação engajada e ativa de astrólogos portugueses?
Isabel Guimarães: A criação de uma associação de Astrologia era uma ideia minha desde os tempos de estudante. A essa altura havia poucas escolas de Astrologia em Portugal e os astrólogos atuavam de forma muito mais isolada, sem os atuais intercâmbios de conhecimento. Não havia oportunidades de partilharmos saberes por meio de uma organização que funcionasse como ponto de convergência e encontro. Quando a poucos anos estive no Brasil, conheci a forma como as organizações relacionadas com a Astrologia se tinham estruturado em seu país e isso fez-me ainda mais desejar criar esta associação em Portugal. Os estudantes precisam de mais apoio em sua formação e há necessidade de clarificar e divulgar a Astrologia junto ao público, a Astrologia de qualidade que se pratica em Portugal. Assim, com o apoio inestimável de vários astrólogos e entidades, fundamos a 22 de dezembro de 2012, e inauguramos em 24 de março de 2013, a Aspas – Associação Portuguesa de Astrologia, uma associação com sede em Vila Nova de Gaia e sem fins lucrativos. Todos os que aqui trabalham fazem-no por uma causa que consideram valer a pena: “juntos, fazemos a diferença”.

AA: Qual é o principal propósito da Aspas? Que grau de abrangência (geográfica e quanto a especialidades astrológicas) ela pretende ter?
Isabel Guimarães: O grande objetivo é credibilizar a atividade astrológica no nosso país. Com esse objetivo, disponibilizamo-nos para dizer o que realmente é a Astrologia e como se faz, e para dignificá-la, desmistificando velhas concepções e “limpando” sua imagem, para que o público a compreenda e perceba que ela é um estudo profundo. Para que esta realidade aconteça, procuramos incentivar a relação de proximidade entre astrólogos, estudantes de astrologia e o público geral, para que consigamos oferecer um serviço público de qualidade. Queremos também unificar saberes e partilhá-los. Nisto, é importante referir que somos uma associação de Astrologia e, não, desta ou daquela específica especialidade astrológica; assim, procuramos reunir todos os saberes, pois todos os ramos da Astrologia são válidos, isto é, todos os que colocam como central o ser humano e se dedicam à compreensão do lugar do ser humano no mundo em que vive. É claro que estão presentes os dois principais tipos de Astrologia, que são a Tradicional e a Contemporânea, porém é minha opinião que devemos respeitar a tradição, resgatar as origens e verificar a validade do que temos para oferecer e adaptar ao mundo em que vivemos. Nós aceitamos todo tipo de Astrologia que respeite as suas origens e esteja de acordo com o nosso Código de Ética e Deontologia profissional. Geograficamente, procuramos ter a maior abrangência possível, já que nossa Missão é a divulgação. O isolamento não é bom para a evolução do conhecimento, que precisa reconciliar diferenças. Esta aproximação de nacionalidades e tipos de Astrologia deve ser encarada como um processo natural e saudável, para uma melhor e mais atualizada Astrologia em língua portuguesa.

AA: Como a Aspas pretende cumprir sua Missão, de modo a bem atender a seu Propósito?
Isabel Guimarães: O nosso Código de Ética apresenta as diretrizes segundo as quais entendemos o que deve ser a boa prática astrológica. Quem se inscreve na Aspas deve concordar com estas diretrizes, pois elas servem como um conjunto de regras que alicerce nossa atividade e lhe atribua o máximo de profissionalismo, ajudando também o público a perceber aquilo que realmente fazemos, contribuindo, assim, para dar crédito à Astrologia. Muito desse esclarecimento do que é a Astrologia passa pelo próprio astrólogo e sua postura no decurso de uma consulta. Depois, quem se inscreve pode ser Membro Efetivo, que são aqueles que exercem a atividade, e Membro Estudante, que são os que ainda estão a estudar e não exercem profissionalmente a Astrologia. Aqui também se incluem os autodidatas, de acordo com a bibliografia selecionada. Daqui se percebe haver uma avaliação de cada inscrição. Também procuramos oferecer ao público, sob recomendação, os astrólogos dos quais reconhecemos a qualidade do seu profissionalismo, de modo a que o público opte com consciência e boa informação sobre a quem recorrer para uma determinada consulta ou um curso de formação em Astrologia, por exemplo.  Para conhecer nossos Valores, Princípios e Missão, bem como o Código de Ética e Deontologia profissional, sugiro consultar www.associacaoportuguesadeastrologia.com.

AA: Quais recursos de informação, formação e integração, a Aspas pretende pôr à disposição de seus associados?
Isabel Guimarães: Nós damos muito valor aos nossos membros. Acreditamos que uma associação não se faz sem a participação ativa deles, porque esta é a missão de todos e, por isso, procuramos também dignificá-los. Não podia deixar de referir igualmente que quem se inscreve na Aspas está de fato a fazer um investimento com toda a sua consciência. O que estamos a realizar, enquanto Associação, é a construção de um futuro em que a Astrologia poderá desempenhar um papel mais relevante na sociedade ao se adaptar, ela própria, às necessidades dos momentos atuais coletivos. Assim, a Aspas, em seus canais de comunicação – site, página de Facebook, blog, canal no YouTube, newsletter e mídia, como a Televisão Porto Canal e a Radio Telefonia, do Alentejo –, divulga o trabalho realizado por astrólogos profissionais, bem como artigos, consultas ou formações, que se tornam, assim, disponíveis ao conhecimento de um público mais vasto. Todos os nossos membros, incluindo os Membros Estudantes (os quais chamamos a participar deste projeto, pois eles serão o futuro da Astrologia), também podem enviar seus artigos para o nosso jornal astrológico “4 Estações”, a cargo da diretora editorial, Luíza Azancot. Sob avaliação, esses artigos são aprovados ou não, já que existem critérios de qualidade, bem como de atualidade de assuntos, que os tornam, num dado momento, mais pertinentes que outros. Nosso jornal é gratuito e todas as suas edições se encontram disponíveis em nosso site, contando com milhares de visualizações. Noutro âmbito, participamos de um programa de TV do Porto Canal, “Grandes Manhãs”, no qual temos a oportunidade de levar ao grande público a Missão da Aspas. Também organizamos diferentes “Encontros com Astrologia”, nome que damos a palestras realizadas por membros nas nossas instalações, ou eventos criados pelos membros noutros locais e apoiados pela Aspas. Cabe também mencionar a realização do 1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia, que será realizado em março de 2015, em que os nossos Membros Efetivos terão a oportunidade de divulgar o seu trabalho no contexto de um grande evento e conhecer astrólogos convidados.

AA: Em seu entender, de que imagem a Astrologia, como campo de conhecimento e como prática, desfruta nas sociedades europeias? E, mais particularmente, em Portugal? E em outros países da CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa?
Isabel Guimarães: Nas sociedades europeias há um certo ceticismo em relação à Astrologia, um ceticismo infundado que, apesar de se querer mostrar intelectualizado, de fato acaba por revelar as supersticiosas crenças que ainda alimentam, de geração em geração, a imagem do astrólogo como adivinho ou guru. No entanto, se tempos atrás a visão coletiva era marcadamente cética, cada vez mais nota-se que estamos a caminhar em direção a outra forma de estarmos no mundo, no qual, acredito, a Astrologia terá papel importante como ferramenta de orientação e aconselhamento ao desenvolvimento humano. É notório que noutros países europeus já se vê a Astrologia com uma dinâmica muito ativa na sociedade. No caso da Aspas e de Portugal, sentimos que, fruto dos esforços feitos desde a criação da Associação, vamos evoluindo para uma nova etapa. Este “bebê”, que já deixou de o ser, porque agora já fala e caminha num jeito muito “geminiano”, tem procurado desabrochar e interagir com o mundo que o rodeia, estabelecendo a oportunidade de se criarem pontes, nomeadamente e em particular com o Brasil, país onde reconhecemos que as entidades do meio astrológico têm uma posição consolidada, fruto de anos de experiência, com profissionais qualificados e publicações astrológicas regulares, como a CNA, o Sinarj, etc, primando pelas parcerias de apoio profissional.

AA: Qual é a importância de haver astrólogos das diversas nacionalidades da CPLP, na Aspas?
Isabel Guimarães: A Aspas é uma associação de Portugal, mas também, e acima de tudo, uma associação de língua portuguesa. Desde o inicio estabelecemos como nossa Missão criar ligações que nos permitissem a nós, enquanto astrólogos portugueses, aproximarmo-nos de todos aqueles com quem partilhamos a mesma língua, para intensificar o desenvolvimento da Astrologia. Neste contexto, reconhecemos o forte papel do Brasil, devido à forma como aí se conduziu o crescimento da Astrologia. Em Portugal, por nossa vez, temos uma realidade diferente; então, parece de todo importante e também estimulante incentivar essas partilhas, esse conhecimento produzido em conjunto, com aceitação das diferenças, pois só aprendemos ou inovamos com quem pense ou atue de forma diferente da nossa. Aceitamos criar estas pontes com várias nacionalidades em prol do conhecimento astrológico, para que este não seja exclusivista, mas, sim, esteja disponível a quem queira apropriar-se dele para uso correto.


O 1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia será realizado de 20 a 22 de março de 2015 em Lisboa, na FIL – Feira Internacional de Lisboa, espaço de algumas das maiores feiras temáticas em Portugal, e também na Sociedade de Geografia, para a abertura solene, com 43 congressistas responsáveis por palestras sobre Astrologia Transpessoal e Humanista, mais diretamente associadas ao autodesenvolvimento, assim como temas que relacionam a Astrologia a outras ciências e são, portanto, os reflexos do progresso registrado na área.

AA: Neste amplo cenário, que papel poderá ter o 1º Simpósio Luso-brasileiro de Astrologia?
Isabel Guimarães: Sabemos da importância deste tipo de evento como um centro multiplicador de conhecimento. É verdade que as evoluções tecnológicas nos incentivam a nos manter em contato uns com os outros, apesar das distâncias, o que é particularmente evidente pelos congressos online de Astrologia, aspectos que a Aspas também tenta explorar ao máximo, tendo iniciado webinários em 2013. Mas é indispensável haver eventos presenciais, já que a relação entre Astrologia e o público pode ser muito mais frutífera neste caso, por todo um tipo de comunicação que não é verbal e, sim, emocional-afetivo, o que torna estes eventos particularmente recompensadores para quem assiste. Depois, trata-se de ter num único local, Lisboa, vários dos mais notáveis astrólogos dos dois países, e trata-se igualmente de uma excelente oportunidade de prestar um serviço de esclarecimento público do que é a Astrologia e sua diversidade. Se as relações entre Portugal e o Brasil sempre foram privilegiadas no plano histórico, político e econômico, por que não fazê-la assim no mundo da Astrologia? A Astrologia já estava presente na altura dos Descobrimentos e este Simpósio surge no sentido de fazermos essa viagem de volta às raízes, de buscar as origens e criar pontes, estabelecer ligações, para que também no domínio da Astrologia as relações Portugal e Brasil possam proliferar, num período em que já não precisamos das caravelas para criar essas ligações, pois basta, agora, um simples clique, para estarmos todos sincronizados à distância. Portanto, gostaríamos que este Simpósio criasse um contexto favorável à partilha e ao aprendizado e que incentivasse, futuramente, maior cooperação dos dois lados, para benefício da Astrologia.

AA: Como a Astrologia feita por brasileiros é vista em Portugal?
Isabel Guimarães: De forma muito positiva e cada vez melhor, porque se estão a reforçar estas ligações entre os dois lados, quer pela Internet, quer presencialmente, particularmente agora com o Simpósio e, por isso, o trabalho de vários astrólogos brasileiros tem sido muito mais reconhecido e valorizado. Para além do mais, com esta parceria Portugal/Brasil, muitos astrólogos brasileiros foram e continuam a ser convidados pela Aspas para divulgarem o seu trabalho em nosso país por meio de cursos e workshops temáticos, os quais têm tido grande receptividade, a despeito das dificuldades financeiras gerais.

AA: Em princípio, como será a dinâmica de realização do 1º Simpósio Luso-brasileiro de Astrologia?
Isabel Guimarães: O 1º Simpósio Luso-Brasileiro de Astrologia vai ser realizado nos dias 20, 21 e 22 de março em Lisboa, na FIL – Feira Internacional de Lisboa, espaço de algumas das maiores feiras temáticas em Portugal, e também na Sociedade de Geografia, para a abertura solene, onde serão homenageados alguns astrólogos. Serão 43 congressistas responsáveis por palestras divididas por temas, demonstrando a diversidade existente na Astrologia. Assim, teremos temas que vão desde o período Clássico, renascentista, aos temas mais voltados para a atualidade, como a Astrologia Transpessoal e Humanista, associadas ao autodesenvolvimento, assim como temas que relacionam a Astrologia a outras ciências e são, portanto, reflexos do progresso registrado na área. É claro que, nisto, privilegiamos o público menos conhecedor e, por isso, os temas não versam somente sobre técnica, mas, antes, servem à Missão de divulgação da Astrologia, a que sempre nos propusemos. No encerramento, teremos um espetáculo com a “Astrologia Vivencial”, de Michelle Daya, também transmitido para o Brasil pela Internet.

AA: O que é necessário, e a partir de quando, para participar dele? O que ele deverá oferecer de benefícios?
Isabel Guimarães: Os brasileiros que não puderem estar presentes poderão assistir ao Simpósio pela Internet, com transmissão real time a cargo da Click3Tv, podendo acompanhar o que ocorrerá nas diversas salas, bem como as entrevistas dos congressistas. Assim, mais uma vez a distância física não representará um problema. No entanto, para os que queiram estar em Lisboa no Simpósio, só é necessário efetuar a inscrição até dia 12 de março de 2015 no site http://simposioaspas2015.wix.com/aspas. O valor do ingresso é variado, conforme o número de dias que se pretenda assistir, e também é diferente consoante for ou não membro da Aspas. Portanto, deixamos o convite a todos os interessados na Astrologia, para que venham navegar em solo conosco as estrelas, segundo o nome que demos ao Simpósio: “Navegar as estrelas”. A programação do Simpósio foi desenvolvida de modo a levar em consideração todo tipo de público interessado, agregando valor a uma variedade de temáticas e permitindo que novos conhecimentos possam ser discutidos junto com vários dos mais conceituados astrólogos dos dois países e, por isso, esta é certamente uma oportunidade a não perder.

AA: Como o trabalho conjunto de astrólogos de várias nacionalidades pode ser benéfico à imagem pública da Astrologia, nesta época tão marcada por alterações de paradigmas?
Isabel Guimarães: Esse trabalho conjunto contribui essencialmente para que haja maior coesão na prática do conhecimento astrológico e na existência de maior unificação, de maior acerto e de visões mais centradas, porque aquilo que muitas vezes gera mais confusão no público é precisamente a grande variabilidade na forma como a Astrologia lhe é apresentada. A convergência de interesses, no nível das diferentes nacionalidades, permite que a Astrologia possa falar a uma só voz, revelando coerência e homogeneidade naqueles que devem ser os pressupostos básicos ligados a sua prática. Com a abertura da sociedade a estas áreas, face precisamente a essas alterações de paradigmas, percebemos que muitas pessoas vindas das mais diversas áreas têm revelado interesse crescente por aquilo que fazemos. Ou seja, há interesse do público em querer saber mais e, repare-se, isso é também visível entre nós, astrólogos, que viemos das mais diferentes áreas do conhecimento e que, de uma maneira ou doutra, buscamos com o nosso conhecimento contribuir para o próprio desenvolvimento da Astrologia. O que precisamos, contudo, é unir saberes e valorizar as diferenças num contexto de integração. E é com o colorido das diferentes visões, de país para país, que podemos encarar o futuro da Astrologia como cheio de potencialidades. Agora, essas potencialidades precisam ser trabalhadas, donde a necessidade de esforços conjuntos que se traduzirão numa melhor imagem pública da Astrologia, o que já temos verificado, embora gradualmente.

AA: A despeito da distância oceânica entre Portugal, Brasil e países da CPLP, como e em que sentido as atividades de geração e disseminação de conhecimento astrológico podem ser enriquecidas e fortalecidas entre nós todos?
Isabel Guimarães: Os congressos e simpósios são importantes nesse sentido, daí que pontualmente eles devam ser realizados. Como exemplo, o 7º Simpósio Internacional de Astrologia, no Rio de Janeiro, do qual, pela segunda vez, terei o privilégio de participar em novembro de 2014.  Depois, é mais que evidente que as novas ferramentas da comunicação fazem esbater distâncias em apenas um clique, e não é por acaso que grande parte dos astrólogos a elas recorram de modo intensivo para divulgarem seus trabalhos sob a forma de palestras, web conferences e, mais recentemente, os congressos online de Astrologia. São ferramentas que nos permitem intensificar a nossa missão. Elas criam vias de contato cheias de potencial que, anos atrás, eram impensáveis, permitindo-nos estar abertos e receptivos a qualquer público que tenha um mínimo interesse na Astrologia. Nisto, criou-se uma abundância de informação, pois tudo está acessível a qualquer pessoa. Todavia, informação não representa necessariamente conhecimento; assim, a próxima etapa a explorar nessas atividades de disseminação do conhecimento astrológico poderá ser a aposta na qualidade do próprio conhecimento e em sua respectiva estrutura.


Isabel Guimarães: As pessoas querem superar o sentimento alienante e sem sentido em que se encontram suas vidas. É por isso que a Astrologia é tão importante, pois ela devolve esse sentido às pessoas, o que no fundo é o seu objetivo mais primordial.


AA: A seu ver, o que falta à Astrologia para ter reconhecimento público mais amplo e sustentado como campo gerador de conhecimento humano efetivo e de qualidade?

Isabel Guimarães: Na minha opinião, passa essencialmente por uma melhoria da qualidade da formação e pela ampliação da qualidade de como expomos nossas investigações ou pesquisas e produzimos nosso conhecimento. Ou seja, é preciso que existam determinados parâmetros para fundamentar o que afirmamos, e mostrar ao público esse fundamento. Desse modo, determinados preconceitos, como aliar o conhecimento astrológico à dinâmica de intuição ou fé, própria de cada pessoa, são, por fim, desfeitos. Essas convicções equivocadas só podem ser desfeitas por um bom trabalho de divulgação, começando, desde logo, por esclarecer o que é e o que não é a Astrologia. É preciso igualmente reformular o papel do astrólogo, para que ele possa corresponder às expectativas que a Astrologia acarreta e que envolvem, em torno de si, um sentido de responsabilidade social. O público, as pessoas, precisam “sentir” as respostas. Elas já não se satisfazem com uma abordagem pré-programada. Elas necessitam sentir realmente, de um jeito que as faça se despregarem do sentimento alienante e sem sentido em que se encontram suas vidas. É por isso que a Astrologia é tão importante, pois ela devolve esse sentido às pessoas, o que no fundo é seu objetivo mais primordial. É importante informar as pessoas que a Astrologia existe por si só, com um corpo de conhecimentos consolidado e, como tal, não deve ser confundida com outras práticas, como runas ou tarô, que nada têm a ver com Astrologia. É tarefa do próprio astrólogo fazer essa distinção e definir claramente ao público o tipo de serviço que presta, pois isso contribuirá muito para um melhor esclarecimento da prática astrológica. Nisto, cabe aqui reforçar o papel do Código de Ética e Deontologia profissional, que é fundamental.


10 de out. de 2014

“Mãe devoradora”, um caso não tão incomum assim

Um dos mais intensos desafios psicoemocionais para uma mãe é experimentar – e aceitar – o sentimento de ser prescindível, e nem por isso sentir-se ameaçada de perder a própria identidade.


De repente, embora não tão de repente assim, sua cria não mais necessita de seu suporte e de seu cuidado protetor: o que fazer com isso?

Complementar a este desafio materno é o de um filho ou filha firmar-se pessoa na vida, saindo do colo da mãe e rumando sobre as próprias pernas no rumo de seu destino pessoal.

Ambos, mãe-filho (ou mãe-filha) compõem uma das parelhas humanas de mais difícil separação para construção de individualidades, razão pela qual não são todos os que conseguem vivê-lo.

E não falo aqui de separação só física, com cada um meramente vivendo em um local; digo separação emocional e existencial, cada qual podendo experimentar a própria vida por si.

Indo além da conhecida situação edípica, quando o amor erótico do filho pela mãe não permite a ele envolver-se inteiro com outra mulher, ou quando o amor erotizado da mãe pelo filho não a deixa conviver em paz com a mulher que ele tenha escolhido por fêmea, os laços que teimam por aprisionar filho (ou filha) e mãe englobam sentimentos raramente passíveis de superação.

Atenção adicional é necessária, porém, no caso de mulheres com Aspectos intensos entre Lua e Plutão em sua própria Carta natal astrológica (a conjunção e a quadratura são os mais desafiadores), dando-se o mesmo em Cartas masculinas com o mesmo padrão astrológico.

Mulheres assim por costume vêm de uma experiência de modelagem feminina com mães intensamente controladoras e inconscientemente dedicadas a manter a crias eternamente infantil, manipulando fortemente sentimentos para impedir um voo próprio do filho ou da filha.

Homens assim, por igual razão, tenderão a buscar companheiras com análogo traço de comportamento, estruturando com elas difíceis relações de gata-e-rato ou, ao extremo, evadindo-se de estreitar relações mais íntimas e pessoalizadas – para não correr o risco de sofrer controle.

Mães lunar-plutônicas obstam ou, pior, sabotam a possibilidade de autonomia de sua prole, mesmo que teimem em dizer que fariam tudo para ver o filho ou filha caminhando com segurança pela vida a fora.
Desde que seja como ela acredita ser o melhor, elas esquecem de dizer...

O assunto, para ser melhor compreendido, deve ser olhado pelo lado reverso, o lado da excessiva necessidade materna de perceber-se sendo necessária, mesmo quando já deveria não sê-lo mais, pela idade de seu filho ou filha.

Sabe aquele ditado de que não temos filhos para nós, mas, sim, para a vida?

Pois é... Casos como estes mostram o quanto certas mulheres, após terem sido mães, não conseguem admitir que seu filho ou filha um dia não mais será delas!

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