No princípio, éramos bandos,
sobrevivendo como dava, de caça e coleta.
A prolongada infância, já que entre
todos os animais levamos muitos anos para poder sobreviver pelos próprios
meios, obrigava que o bando convivesse por períodos alongados em benefício da
prole, garantia de duração da espécie.
Assim, pouco importa se falamos do
estado selvagem, da barbárie ou da primeira civilização, ter regras grupais era
fundamental para dirimir conflitos, organizar relações, priorizar obrigações e
impedir que, feito animais brutos, a disputa pela sobrevivência levasse à
destruição mútua a qualquer momento.
Passamos a enterrar nossos mortos (somos
a única espécie a fazer isto), por vezes em elaborados rituais, e, na medida em
que fomos expandindo a área geográfica de nossa atuação, começamos a cogitar
sobre o mundo e nosso papel nele.
Gradativamente, no transcorrer de
milênios ou dezenas de milênios, fomos, como espécie, desenvolvendo aquilo que,
na simbólica da Astrologia Arquetípica, encontramos em Júpiter e, por extensão,
na Casa IX, relacionada a este Planeta: Leis, Religião e Filosofia.
Raras vezes alguém é bem sucedido nestas
áreas da vida, seja por profissão, seja por interesse diletante, se não tiver
um Júpiter ou uma Casa IX realçados em sua Carta natal astrológica. Até poderá
trabalhar com isso, mas será só funcionário do assunto, dada a ausência de
vocação seguramente orientadora, que abre os caminhos e gera/atrai
oportunidades.
Aqueles que, além disso, tiverem um
Júpiter em trígono ou sextil com Saturno, em geral são pessoas de elevada
capacidade de ponderação, cheios naturalmente do que, no popular sábio,
costumamos chamar de “bom senso”.
E se ainda por cima tiverem um aspecto
harmonioso de Júpiter com Plutão, aí, sim, costumam ser estes os bons juízes e
eventualmente até os juristas e jurisprudentes: mais do que operadores do
Direito, o que já é bastante quando é bem feito, estes produzem de olho nas
necessidades do vasto coletivo (Plutão sempre se refere a poder impessoal),
muitas vezes ainda não perceptíveis ao olhar menos vocacionado para isto.
Como estas áreas requerem excelente
domínio das artes da linguagem, essencial para exposição de fatos ou direitos e
busca de conciliação, costuma ser bastante necessário um Mercúrio bem
articulado.
Por fim, para o efetivo exercício de
sabedoria, há que ser compassivo, para temperar a dureza da justiça, razão por
que um bom convívio com os próprios sentimentos e o respeito cuidadoso com o
dos outros é bem mais do que essencial.
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