Há quem pergunte: o trabalho do astrólogo substitui o trabalho do terapeuta? Eles se excluem mutuamente? Um substitui o outro? Ou competem entre si?
Em meu entender este é um falso dilema, derivado da pouca compreensão que se tem (inclusive entre astrólogos e psicólogos) do que cada uma destas atividades profissionais oferece a alguém dentro de sua própria especialidade.
A Astrologia Arquetípica é um método quase insuperável de amplo e profundo diagnóstico do inconsciente de alguém, enquanto detecção de dinâmicas e de conteúdos, com clara indicação do que é inato, ou tipológico e temperamental, e o que é condicionado, fruto de cenas primárias.
Legal... Mas o que a pessoa faz com isto? Seria como ir a um laboratório de análises clínicas, fazer vários exames e sair com os resultados na mão: isto, por si, não resolve nada.
No caso acima, a pessoa deverá levar os exames a um médico, seja clínico geral ou especialista, para ele prescrever e desenvolver a melhor forma terapêutica possível, coisa para a qual apenas o médico tem experiência e preparo para fazer.
De nada adiantaria, inclusive, ou adiantaria bem pouco frente ao que é desejado, perguntar ao técnico do laboratório o que fazer com os resultados.
O mesmo, em se tratando de terapia. O astrólogo costuma não ter preparo específico para ajudar a pessoa a reordenar, como seja possível, suas dinâmicas afetivas e inconscientes de base, algo que só o psicólogo bem formado tem.
Porque o psicólogo, ademais se for clínico e competente, detém conhecimento comprovado em estratégias e táticas de alteração de dinâmicas psíquicas inconscientes, derivadas de diferentes teorias de Psicologia e condutoras a um maior equilíbrio mental felicitador.
Ao mesmo tempo, o psicólogo não costuma deter como recurso de diagnóstico senão a bagagem teórica e a experiência de atendimento, demandando várias sessões seguidas para obter um quadro mais abrangente do inconsciente do paciente, o que pode lhe ser propiciado por uma interpretação astrológica clínica da Carta natal da pessoa.
De fato, eles se complementam, um não sendo mais importante do que o outro: o astrólogo clínico pode fornecer um diagnóstico, de fato um mapa de percurso na rota do autoconhecimento, com detecção da origem dos desafios e a clara indicação de potenciais pessoais a liberar, enquanto o psicólogo, se for psicoterapeuta, pode orientar e apoiar a pessoa na gradual e cuidadosa dissolução de condicionamentos e bloqueios que estão por detrás de suas dificuldades e suas compulsões à repetição (“olha, eu fazendo de novo a mesma bobagem...”), ou têm impedido a realização mais plena de possibilidades.
Esta dinâmica profissional complementar é bastante bem descrita em Astrologia clínica - Um método de autoconhecimento.
Da mesma forma, a Psicologia pode auxiliar a pessoa a liberar e desenvolver seus próprios potenciais psíquicos, segundo o que foi identificado pela Astrologia arquetípica a partir de sua Carta natal.
Sendo assim, astrólogo clínico e psicólogo trabalham, em conjunto, pelo amadurecimento da felicidade da pessoa.