Em 1933, um genial francês naturalizado norte-americano pensou fora da caixa: “só me familiarizei completamente com as ideias de Jung no verão de 1933, enquanto estava no rancho da Sra. Garland, no Novo México, onde li todas as suas obras então traduzidas. Imediatamente me ocorreu que poderia desenvolver uma série de conexões entre os conceitos de Jung e um tipo reformulado de Astrologia”.
Pouco mais tarde, em 1936 Dane Rudhyar publicou nos Estados Unidos, país em que vivia, o livro “A Astrologia da personalidade – Uma reformulação dos conceitos da Astrologia em termos da Psicologia e da Filosofia contemporâneas”, considerado mundialmente o marco inicial da Astrologia com base psicológica.
Mas o livro passou despercebido e só em 1968, quando foi relançado e vendeu mais de 100.000 cópias em alguns poucos meses, é que o enfoque inovador se firmou de vez nos Estados Unidos e Europa. A partir daí, e por meio do trabalho de vários bons especialistas, a Astrologia passou a deter um modelo teórico psicodinâmico: o conjunto de símbolos em uma Carta Natal pessoal retrata a dinâmica do sistema psicossomático (mente e corpo) ao qual a Carta se refere e, portanto, simboliza seus principais eixos dominantes, seus conteúdos e suas tendências evolutivas.
Em decorrência, se for alterada a dinâmica inconsciente (pela conscientização de conteúdos e revivência de memórias afetivas, quer por meio de práticas de autoconhecimento aprofundado, quer por intervenções terapêuticas), podem ser alteradas em variada medida as tendências e as atitudes da pessoa, sempre em cotejo com os dados objetivos da realidade individual, familiar e social, e da opção entre as várias atitudes para as quais ela seja potente.
Com isso, Rudhyar fez esboroar-se o enfoque mecanicista que por séculos imperara na Astrologia ocidental, inaugurando a possibilidade de a pessoa, ao deter melhor conhecimento da dinâmica inconsciente de seu próprio psiquismo por meio da interpretação adequada dos símbolos astrológicos da sua Carta Natal, poder interferir ativamente, em maior medida do que até então, em sua realidade interior, que é a mais decisiva determinante de seu comportamento.
Quer resignificando memórias inconscientes, quer podendo fazer a catarse de sentimentos, o que é sempre necessário -- resignificação e catarse -- para que se possa alterar dinâmicas psicoafetivas mais profundas. Esta dinâmica é melhor descrita em Astrologia Arquetípica, autoconhecimento e espiritualidade, para aqueles que desejam conhecer um pouco mais deste tipo de trabalho diagnóstico.
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