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30 de nov. de 2015

ASTROLOGIA ARQUETÍPICA, A META-ASTROLOGIA DO SÉCULO XXI (Parte IV)


(Parte 4)

Edgar Morin, o brilhante pensador contemporâneo francês que vem desenvolvendo desde a década de 1970 o Pensamento da Complexidade, foi claro em Introdução ao Pensamento Complexo: a ciência se baseia ao mesmo tempo no consenso e no conflito. Anda ao mesmo tempo sobre quatro patas independentes e interdependentes: a racionalidade, o empirismo, a imaginação, a verificação. Há conflito permanente entre racionalismo e empirismo; o empírico destrói as construções racionais que se reconstituem a partir das novas descobertas empíricas. Há uma complementaridade conflituosa entre a verificação e a imaginação. Enfim, a complexidade científica é a presença do não científico [o postulado] no científico [que exige comprovação ou refutação], o que não anula o científico; ao contrário, lhe permite exprimir-se.
Em decorrência, como ele ensinou em O Método 2 – A vida da vida, o pensamento complexo deve ultrapassar as entidades fechadas, os objetos isolados, as ideias claras e distintas, mas não deve deixar-se encerrar na confusão, no vago, na ambiguidade, na contradição (...) A sua exigência lógica deve, portanto, ser muito maior do que a do pensamento simplificador, já que se bate permanentemente numa “no man’s land”, nas fronteiras do dizível, do concebível, do a-lógico e do ilógico.
Afinal, segundo ele, há a necessidade de uma formidável infraestrutura conceitual e de uma formidável estrutura teórica para conceber abstratamente a mínima parcela concreta de vida.


Com isto em vista, eu venho propondo que o desenvolvimento conceitual da Astrologia Arquetípica, enquanto meta-Astrologia e no tocante ao seu perfil de especialização associado às Ciências do Comportamento, decorra do trabalho articulado de várias áreas de saber, de modo a tornar-se conhecimento de interesse científico:


Astrologia ocidental, arábica, chinesa ou Jyotisha védica, hindu? Astrologia Clínica, Eletiva, Empresarial, Horária, Médica, Mundial ou Vocacional? Cada qual existe por ter sido posto sob escrutínio um específico aspecto da existência manifesta, com os símbolos de uma peculiar cultura e de acordo com o perfil pessoal, as preferências, as possibilidades e o tipo de preparo do estudioso.
Embora sejam várias, as Astrologias, e cada qual em seu feitio, todas se afirmam capazes de descrever, com maior ou menor grau de acerto, uma mesma realidade que se queira diagnosticar (e ou prognosticar), seja coisa, evento ou pessoa. Mesmo sendo variadas, parecem apontar o mesmo.
Contudo, como se apoiam em típicas produções culturais, dada a sua natureza simbólica não há como, e nem se deve pretender, reduzi-las a uma única, ou principal, o que seria necessário para haver consistência e replicabilidade universal (no sentido estrito de válido em qualquer local, época ou sociedade) na explicação do que todas elas apontam, na compreensão de como o fazem e na utilização mais plena e generalizada de sua potencialidade informativa.
Apenas um olhar que veja do alto, busque padrões comuns recorrentes e não se detenha em particularidades, embora as reconheça e considere, pode conseguir ver o que seja o fundamento comum de tal variedade de formas.

O que parece poder associar estas tantas especialidades, por mais que sejam distintas em sua técnica e forma de expressão?
O simbolismo arquetípico, que em todo local e época (embora com símbolos e sintaxes típicas) parece descrever e apontar fatores imateriais e não temporais cocausadores da existência manifesta, e por meio do qual (o simbolismo) certas características potenciais da existência se deixam revelar a quem souber interpretá-lo.
Ainda avançando na elaboração de seu modelo epistêmico, ou de conhecimento, a Astrologia Arquetípica se propõe como um possível sistema conceitual meta-Astrológico, buscando alcançar categorias mais precisas e uniformes de conhecimento descritivo que sejam associáveis à multiplicidade de conjuntos simbólicos e procedimentos técnicos de definição dos fatores de cocausação da existência, pelas diferentes Astrologias, mesmo as respeitando em suas particularidades simbólicas ou técnicas, ao mesmo tempo em que gerar condições mais estáveis para conceituação, testagem e validação de suas afirmações, por não se tratar de crença, mas, sim, de conhecimento.
Podendo, com isso, ajudar na expansão do nível de consideração, em campos convencionais de conhecimento científico, da validade das descrições fenomênicas propiciadas pelas diferentes técnicas e linguagens astrológicas, e apoiar o avanço de pesquisas ou experiências controladas que enriqueçam o próprio acervo de fatores-símbolos e significados das Astrologias, beneficiando-as e aos seres humanos aos quais elas servem.

A Astrologia Arquetípica tem por propósitos:
§  auxiliar no estabelecimento de pontes conceituais entre as Astrologias e noções contemporâneas da Física de Partículas, da Biologia, das Neurociências, da Psicologia e da Semiótica;
§  auxiliar no estudo dos significados comuns a todas as Astrologias, com base no estudo dos arquétipos humanos e de um corpo de Ciências correlatas, em uma proposta meta-Astrológica que ajude a aprimorar a compreensão da base comum de significado de várias Astrologias;
§  auxiliar na elaboração de metodologia que permita a comprovação das afirmações das Astrologias e sua inserção entre os campos de interesse científico, como tecnologia, para novas e melhores pesquisas.
Pois penso ser mais do que chegada a hora em que a Astrologia decida assumir declaradamente o papel que lhe pertence no conjunto dos saberes e fazeres de interesse científico, contribuindo com todos os campos de conhecimento graças a sua possibilidade de interpretar símbolos arquetípicos que, em caleidoscópicos arranjos semânticos, denotam a parcela da existência que se quiser conhecer melhor, seja qual for.

Como Edgar Morin disse em Ciência com consciência, a ciência é, e continua a ser, uma aventura. A verdade da ciência não está unicamente na capitalização das verdades adquiridas, na verificação das teorias conhecidas, mas no caráter aberto de aventura que permite, melhor dizendo, que hoje exige a contestação das suas próprias estruturas de pensamento (...) Talvez estejamos num momento crítico em que o próprio conceito de ciência se esteja modificando.
Para um panorama como este é que parece apontar a emersão vigorosa da chamada Nova Ciência, que pode se tratar, de fato, de um tipo de saber multiparadigmático e dialógico que articule de modo fecundo diversas especialidades já existentes sem roubar especificidade a nenhuma, mas também sem deixar a alguma a supremacia delirante – basta só eu! basta só eu! –, salvo a necessária preeminência no momento mesmo da intervenção objetiva, a qual costuma exigir preparo específico adequado, seja médico, psicólogo, gestor, professor ou outra especialidade produtiva qualquer.
Oxalá se consiga!

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