A profissão de
Astrólogo integra o Catálogo de Profissões do Ministério do Trabalho há anos e atualmente tramita
no Congresso Federal o projeto de lei PL
6748/02, para regulamentar a profissão.
Mais do que regulamentação, porém, a Astrologia requer modificações na forma de expressão de seus conceitos. Caso contrário, mesmo regulamentada continuará sujeita a descrença ou até escárnio, por simples desinformação.
Dou um exemplo: em 2009,
conhecida astróloga foi mencionada em importante revista semanal explicando que
as instituições estavam em xeque porque “o planeta Urano quer a renovação,
enquanto Saturno quer manter o status quo”.
Obviamente um planeta não “quer”, seja
lá o que for.
Alguém diria: ora, é linguagem
simbólica! Mas o receptor da informação não tem como acessar por si só o que está
por detrás do simbólico e, assim, enriquecer a compreensão. Este papel de
esclarecimento é dos teóricos e profissionais, tanto quando atuam em meios de
comunicação, como quando atuam no atendimento de consulentes.
Neste ano de 2013 fiz apelo a
profissionais e estudiosos do tema, em um evento da categoria, no sentido de
que somássemos esforços para desenvolver uma Filosofia da Astrologia, no âmbito
das teorias do conhecimento (Epistemologia).
Pois creio que, na fase humana que
atravessamos, na qual tantos importantes paradigmas têm sido alterados por
ampliação ou ressignificação de conceitos, aproxima-se o momento em que as
bases da Astrologia, e dentro dela, as da Astrologia Arquetípica, serão mais bem
reconhecidas.
Tomo como exemplo uma das áreas de
conhecimento mais publicamente afins à Astrologia: a despeito de já em 1934,
ano de criação da USP, a Psicologia ter sido declarada “disciplina obrigatória
de ensino superior” nos cursos de Filosofia, Ciências Sociais e Pedagogia,
apenas em 1958 ocorreu o primeiro curso independente de Psicologia na Universidade
e só em 1970 foi criado o Instituto de Psicologia, para graduar profissionais
que passaram a ser reconhecidos por Lei a partir de 1962.
Obviamente isto exigirá de seus
praticantes, por hobby ou profissão, maior precisão conceitual na compreensão e
expressão do que informam e de como chegaram ao que dizem. O que requer estudar
e, mais do que isso, compreender.
E este é outro bastião de resistência à
formalização, já não bastasse o dos céticos, pois cada vez caberá menos a
indefinição e vagueza que ainda domina muitas das produções astrológicas mais
usuais, notadamente na indústria do entretenimento.
Lá na frente, assim como se passou com
outras profissões, não caberá mais tantas expressões generalistas, que mais do que
capacidade poética exposta, muitas vezes esconde o despreparo intelectual de
quem se inclina a trabalhar com áreas tão sofisticadas de conhecimento.
Não que lhes falte inteligência;
provavelmente, tem lhes faltado boa informação.
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