Dia 20 de
novembro é o Dia da Consciência Negra, e isto me levou a refletir sobre o
preconceito, sob o ponto de vista da Astrologia Arquetípica.
Não especificamente
sobre o preconceito contra a negritude, que, sabemos, tem razões históricas que
são principalmente de ordem econômica, mas sobre a genérica característica
humana preconceituosa, seja com maior civilidade ou relativa polidez, seja com
barbárie e até mesmo morte causada.
Para além dos
usuais preconceitos de raça, gênero e classe, falo do afastamento do diferente,
por repulsão daquilo que de alguma forma parece ou é distinto.
São muito
profundas na espécie humana as raízes da reação preconceituosa, indo muito além
de desinformação, razão por que o tema deve ser objeto de constante atenção se
queremos que o passar do tempo atenue no coletivo esta possibilidade, inclusive
com contenção daqueles que a reforçam ou a incentivam.
O psiquismo
humano tem dinâmicas internas atávicas que alertam o indivíduo para o que é
diferente dele e, por isto, pode ameaçá-lo; isto detona duas possíveis reações,
sendo uma a de fuga, para manter distância do que é diferente, e a outra, de
ataque, para destruição do que é diferente.
Na pessoa não
dominada por pulsões inconscientes extremamente intensas em relação a este tipo
de ocorrência, o confronto com o diferente pode ser vencido pela aprendizagem
no convívio – e aqui estamos falando da utilidade da informação, da educação e
da reflexão construtiva sobre a riqueza do potencial existente na diferença.
Até aqui podemos
estar falando de posturas mais conservadoras, reativas à mudança, como em geral
se associa a dinâmicas de Saturno, enquanto Planeta, e a Touro e Câncer, enquanto
Signos.
Mas podemos
falar também de dinâmicas de caráter arquetípico mais profundo, visceral mesmo,
e, portanto, num nível pré-conceitual: trata-se, aqui, de Plutão, especialmente
se aspectado mais desafiadoramente por conjunções, quadraturas e oposições com
Sol e ou Lua.
Nestes casos, o
preconceito é veemente, não sendo vencível por argumentação racional: o olho
brilha, o tom de voz sobe, a respiração ofega e a pressão vascular se eleva,
indicando que a atitude preconceituosa brota do medo, e não de uma convicção no
terreno do pensamento.
Admitimos
tratar-se de medo ao adotar a expressão: (qualquercoisa) fóbico.
Pior, quando há
Marte envolvido neste Aspecto plutônico: em nome da defesa contra aquilo que
ameaça por ser diferente, a atitude não raras vezes é de pura (e descontrolada)
agressão, talvez até assassina. Com Plutão, é certo haver ódio.
Portanto,
atenção, quem deseja ver as ocorrências de preconceito se reduzirem: não dá
para relaxar! A qualquer momento este lado obscuro do ser humano pode vir à tona
e tomar conta da cena.
Até se mascarado
por elaboradas teorias que tentam justificar a discriminação.
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