Dia destes, eu conversava com uma pessoa e ela me contava
ter uma sensibilidade extrema aos assuntos “do invisível”, que é como também,
por vezes, se denomina a camada espiritual da existência.
Poderia ser fantasia, pois não poucos são aqueles que
julgam ver “seres” onde, de fato, existem apenas projeções de seus conteúdos
inconscientes sob a forma de figuras imaginadas.
Mas não era... Neste caso, tratava-se de alguém com
aspectos muito intensos de Netuno com Sol e Mercúrio em sua Carta natal
astrológica, numa configuração simbólica costumeira de quem nasce com o tipo de
capacidade humana que nos habituamos a chamar de “mediúnica”.
São pessoas que com enorme facilidade sentem sua mente
atravessar a barreira de diferentes camadas da existência, a ponto de poderem
se confundir no dia-a-dia: afinal, qual é a verdadeira realidade, a de “lá” ou
a “daqui”? A espiritual ou esta, mais comum, a mundana?
Muitas vezes são pessoas que, na infância, conviviam com
“amigos imaginários”.
Bem, muitas crianças fazem isso, mas em casos assim o
“convívio” é mais intenso ao extremo, pois sua facilidade de verdadeiramente contatar
entes espirituais está posta desde o nascimento.
Costuma não ser só imaginação.
Portanto, seu processo educacional deve ser duplo: por um
lado, receber suporte para o futuro entendimento de que este tipo de
possibilidade é normal, embora incomum, para não se julgar insana ao vivenciar
experiências paranormais (ou mediúnicas); por outro lado, ser reforçada desde
muito cedo a aprender a discernir com o maior grau de realismo possível, para
atenuar o risco de confundir-se na avaliação de pessoas e fatos com os quais
venha a conviver ou se envolver.
Ao mesmo tempo, devem ser alertadas para a intensa
propensão que carregam de vir a desenvolver uma certa “paixão pelo porrinho”,
pois por vezes a realidade objetiva é desafiadora demais e a pessoa se inclina
a entorpecer seu contato com ela. Deste modo, devem precaver-se bastante contra
a ingestão de chás, fumos, bebidas e drogas que alterem sua consciência,
evitando tais substâncias ou, em situações de consumo, fazendo-o com enorme
parcimônia e cuidado.
Em geral são pessoas que terminam se encaminhando para as
atividades de atendimento das dores humanas, da Enfermagem à Psicologia, pois
nestas áreas profissionais encontram espaço validado para atuação da imensa
compaixão que carregam, fruto da descomunal facilidade de “fusão” com o outro.
Nestes casos, entretanto, devem cuidar-se para que a compaixão não obscureça o discernimento, quando podem comprometer a qualidade do atendimento que oferecem ou mesmo prejudicar-se, sem beneficiar ninguém, nem a si.
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