Temerário,
escrever sobre Vinicius de Moraes, de quem João Cabral de Mello Neto afirmou que
teria sido um dos maiores poetas da língua portuguesa, não houvesse enveredado
por fazer cancioneiro popular. Mas
como poderia não fazê-lo, se nele vivia o coletivo?
Com
o Sol e a Vênus (regente do Sol) em aspectos muito intensos com os três Planetas
transpessoais: Urano, Netuno e Plutão, em Vinicius o tom do coração de sua
época, a cada época em que viveu, ressoava obrigatório.
Netuno
em quadratura com Sol e em Sextil com Vênus, em um libriano, fazia-o expressar
pelo culto à beleza o que o eterno feminino, arquetípico, seduzia por
dentro.
Para
“ela” e sobre “ela” escreveu, compôs e cantou. Qual “ela”? Qualquer, desde que
bela: Vênus-Netuno, Vênus-Urano, Vênus-Plutão
Melancólico?
Decerto, como toda pessoa com Saturno conjunto à Lua, mas qual mais agradável
antídoto da melancolia senão a inebriada paixão netunina pela mulher (coletiva:
nove casamentos) e pelo álcool e boemia (todo dia e
bastante)?
Ademais,
com o matiz afro que aspectos fortes entre Saturno e Lua costumam
sugerir.
Amores
românticos, dada a Vênus em sextil com Netuno, mas entrecortados, dado o trígono
duplo de Urano com Vênus e com Lua: a busca de satisfação amorosa e afetiva
infindável por meio de um casamento, só que em prestações de diversos
crediários.
Tendo
por objeto de desejo mulheres cada vez mais jovens, como se pode esperar de um
homem com Lua em Gêmeos, em atrações quase hipnóticas, pelo Plutão em quadratura
com Vênus, e marcadamente sensuais, pela Vênus em Virgem.
Paixão,
beleza e prazeres dos sentidos era essencial!
Prolífico
na escrita e diplomático no trato, como o sextil de Mercúrio e Júpiter sugere,
mas de modo estruturado, o de esperar-se de quem tem Sol em trígono com Saturno
(na vida inteira) e Saturno em Gêmeos (na expressão da linguagem), foi poeta
admirado pelo preciosismo da métrica, quando havia, seja lembrado, pois Urano em
quadratura com o Sol, em um poeta-musicista-apaixonado, subverteria de tanto em
tanto toda proposta de métrica teimosa em subsistir.
Para
o que contribuíam a quadratura carregada entre Sol e Marte e a oposição entre
Júpiter e Marte, traços que, não fossem contrabalançados pelo trígono de Saturno
e Sol (prudência) e pela conjunção Saturno e Lua (contenção emocional e
timidez), poderiam evidenciar arrebatamento heróico em demasia, quase
autodestrutivo: no caso, tornavam irresistível o impulso de automanifestação,
mesmo se desmedido e a qualquer preço.
Antes,
e acima de tudo, um libriano com Vênus sobressaltada em sua Carta natal
astrológica e com a capacidade pessoal de fascínio e sedução que Plutão em
trígono com Sol e em quadratura com Vênus indicam, não podendo ter outro palco
senão o planetário, dada a enormidade, em dimensão e qualidade, do que exalaria
de culto transpessoal à beleza da vida e da mulher.
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