Para o dia de
nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, decidi refletir sobre Maria Santíssima,
pois ela é figura poderosa na atração da pessoa humana ao caminho que pode levar
a Deus em si e supera amplamente as fronteiras do
catolicismo.
Só as denominações protestantes mais recentes, entre as quais muitas
pentecostais e as neopentecostais, não mantêm rituais de fé associados a
Maria – e isto pode levar a crer que sempre foi assim no protestantismo, o que
não foi.
Martinho
Lutero determinou festas marianas na liturgia da igreja reformada. João Calvino,
o segundo maior teólogo e principal responsável pela sistematização doutrinária
e expansão do protestantismo, afirmou em 1542: “o Filho de Deus foi formado no
seio da Virgem Maria. Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo, sem
consórcio de varão”.
E Ulrich
Zwingli, o reformador da Suíça, manteve
festas marianas em seu calendário litúrgico, além da recitação da “Ave
Maria” nos cultos cotidianos. Na Igreja
anglicana, Maria ocupa lugar de realce, com igrejas a ela dedicadas na Europa,
em Hong Kong e no Brasil, capelas em grandes igrejas (a Capela Anglicana de
Walsingham, na Inglaterra, desde 1601 recebe fieis em peregrinação mariana) e até mesmo
a adoção de estátuas e ícones marianos.
No cenário
oriental, dezenas de festas marianas são
realizadas habitualmente nas seis diferentes igrejas ortodoxas, embora com variações de calendário, além de se
cantar diariamente o “Magnificat”, de em várias delas se adotar a “Ave Maria” na
liturgia e de em todas elas se admitir a noção de cooperação de Maria
Santíssima com Jesus Cristo, pelos tempos a fora, para a salvação do ser
humano.
Fora do
Cristianismo, Maria é a
única mulher mencionada no Alcorão
pelo próprio nome, Maryam (sendo que
a menção de seu nome supera em quantidade as de Adão, Ismael, José, Jonas, Elias,
Zacarias, João ou Jesus), e a ela é atribuído um duplo papel: sinal (ayat) e exemplo (mathal).
Até em uma
doutrina como a kardecista, que não crê que Jesus Cristo tenha sido Deus feito
carne, entendendo que foi somente “um espírito evoluído”, Maria recebe grande
destaque em inúmeros centros de encontro.
Como se vê, a despeito das diferenças de crença entre diversas fés,
algo ocorre no coração de homens e mulheres em todo o mundo, de modo até
ecumênico, que congrega em torno a ela um nível de imantação e de intenção de
veneração que só se dá referida a ela, Maria, Mãe de Deus, nossa Senhora da
Conceição.
No simbolismo
da Astrologia Arquetípica, um aspecto intenso entre Lua e Netuno costuma indicar
um acentuado perfil de devoção mariana, razão pela qual, se for Carta natal de
homem, enquanto tal característica inconsciente não for melhor entendida e de
algum modo vivenciada no consciente, é marcante a tendência a “divinizar” as
mulheres de quem se aproxima, por projeção do sagrado
nelas.
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