Nunca esquecerei
quando, frente ao papa Francisco, bem ao final da Jornada Mundial da Juventude
houve uma noite em que vários jovens deram depoimentos pessoais. Em certo
momento, no imenso palco na praia de Copacabana, uma jovem recordou que “estava
perdida no meio das drogas e só lia revistinhas de horóscopo”.
Pronto! A imagem
pública que ali se construía, em rede nacional e com marcante emocionalidade,
era a de que a Astrologia era pura bobagem, perniciosa até.
Há pouco tempo,
em conversa amiga entre especialistas, ouvi de uma astróloga experiente: “ah,
mas nem a Psicologia é propriamente uma ciência”.
Um desafio contemporâneo:
estabelecer com clareza “o que é Ciência”, em um mundo no qual noções absolutas
vão ficando relativas, como ocorre com a Física atual, que nos indica que em
certo nível da existência algo pode ser isto ou aquilo, conforme se o observa.
Não é à toa que
pensadores do calibre de Edgar Morin afirmam que “a verdade da ciência não está unicamente na capitalização das verdades
adquiridas, na verificação das teorias conhecidas, mas no caráter aberto de
aventura que permite, melhor dizendo, que hoje exige a contestação das suas
próprias estruturas de pensamento (...) Talvez estejamos num momento crítico em
que o próprio conceito de ciência se esteja modificando”.
Distantes quase
90 anos de 1927, quando Heisenberg formulou o seu “Princípio da Incerteza”, que
passou a reger as observações da Física contemporânea, ainda há quem não
perceba que Ciência não é só o que se convencionou chamar de “exato” e que as
ciências (erroneamente) intituladas “humanas” (qual não é?), entre as quais a
Psicologia, podem ser tão científicas quanto todas as que pesquisem um certo campo da
realidade, formulem hipóteses, submetam-nas à verificação e capacitem alguém a
chegar a resultados análogos com o uso do mesmo método.
Exatamente o que
faz da Astrologia Arquetípica um campo de conhecimento científico: ela possui
um corpo teórico, dentro do qual estuda as ocorrências da psique humana e sobre
elas formula hipóteses, detém um método de submissão das hipóteses à
verificação (quando do ato de interpretação da Carta natal) e é capaz de
transmitir a outrem, em quaisquer idiomas, o conjunto de informações e métodos
que permitam analisar a realidade mental humana (em abrangência planetária) e
chegar a resultados análogos, os quais podem ser, uma vez mais, verificados.
Isto é ou não é
Ciência? Claro que sim!
Falta-nos apenas
disseminar mais amplamente novos paradigmas, que permitam aceitar com mais
tranquilidade a emergência de conceitos científicos inovadores, com o recobro
de velhos conhecimentos, agora com nova roupagem e menos preconceito.
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